Apaixonado pela profissão, o santa-mariense Fabian Londero, 45 anos, construiu uma trajetória profissional significativa e respeitável na área de telejornalismo. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em 1994, Londero trabalhou como âncora e repórter na rádio CBN, na TV COM e no Jornal do Almoço na RBS Santa Maria.
Em janeiro de 1997, encarou o desafio de deixar a cidade para atuar como repórter da RBS Florianópolis. Há cinco anos, é editor-chefe e apresentador do NSC Notícias, jornal da afilhada da Rede Globo de Santa Catarina. No estado, casou com Thaiz Machado Figueiredo com quem teve os filhos Heloise e Fernando França Figueiredo Londero.
Em entrevista para o Diário, ele recorda momentos marcantes da carreira.
Diário de Santa Maria - Quais as melhores memórias de Santa Maria?
Fabian Londero - Eu nasci e fui criado na bela Santa Maria. Na cidade estudei no Colégio Centenário, no Coração de Maria e no Manoel Ribas. Depois, entrei no curso de Jornalismo na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e me formei em 1994.
Diário - Como foi sua infância?
Fabian - Minha infância foi muito feliz na cidade, adorava jogar vôlei, passear no calçadão e na época tinha um Fliperama que eu era viciado no calçadão.
Diário - Por qual motivo decidiu deixar Santa Maria? Foi difícil?
Fabian - Foi difícil deixar Santa Maria, isso aconteceu em janeiro de 97 quando deixei a RBS TV SM para encarar o desafio de virar inicialmente repórter na então RBS TV Florianópolis, que hoje é a NSC TV. Foi bem complicado porque minha família permaneceu na cidade e a saudade dói bastante. Meu pai, minha mãe e minha irmã ficaram. Só deixei a minha cidade natal porque a oportunidade de crescer na profissão realmente era muito atraente.
Diário - Costuma visitar Santa Maria com frequência?
Fabian - Procuro ir de duas a três vezes por ano. Quando os meus pais Mário França e Valnita Londero não conseguem vir a Floripa dou um jeito de ir porque a saudade aperta muito. E quando vou a Santa Maria já visito minha irmã Adriana Londero, e aí já viu, né? Muito churrasco! Na minha irmã tem o galeto famoso do meu cunhado Giuseppe Cancian.
Diário - Como era sua vida antes de ser jornalista?
Fabian - Até eu me formar eu fui vendedor de consórcios, vendedor de livros, vendedor de jogos educativos. O último para juntar dinheiro para o Rock In Rio assistir ao show do Guns and Roses, com meu irmão de coração Paulo Mezzomo e meu amigo Mogar Radatz. Já vendi também purificadores de água? Mas depois de me formar , trabalhei na RBS TV Santa Maria como repórter e apresentador do Jornal do Almoço e da REDE Regional de Notícias que existia na época. Em 1997 fui pra RBS TV Florianópolis, onde estou até hoje. São 22 anos de uma linda carreira.
O radialista que brilhou nos palcos de Santa Maria nos anos 90
Diário - Quais os trabalhos mais marcantes da carreira?
Fabian - Fiz uma bela matéria sobre a esquadrilha da fumaça, com muita pesquisa e apoio inclusive da sede da esquadrilha em Pirassununga. Contei uma história que poucos moradores de Florianópolis conheciam.
Mas sem dúvida os mais marcantes foram a cobertura do furacão Catarina em 2004 que atingiu o sul de Santa Catarina. Fiquei de plantão por 36 horas na TV e corríamos o risco de ter que avisar a população de Florianópolis para evacuar a cidade, caso o furacão não mudasse de rumo. E a segunda foi a tragédia da Chapecoense. Muito dura pra gente, perdemos o time, mas também perdemos colegas queridos da redação. Foi realmente muito muito difícil, até hoje é uma ferida ainda aberta.
Diário - Do que tem mais saudades de apresentar o Jornal do Almoço?
Fabian - Tenho saudade dos amigos da RBS TV Santa Maria. Tenho um amigão, que é cinegrafista, o Oneide Moura. Sempre trocamos mensagens por WhatsApp. Ele colorado e eu gremista, já viu, né? Ao meu lado na bancada era a Milena Machado. O JA foi um baita aprendizado!
Diário - Qual sua opinião sobre o atual momento do Jornalismo? Ainda vale a pena ingressar nessa profissão?
Fabian - Vale muito a pena, é uma profissão apaixonante, sem rotina, cheio de surpresas e desafios. O jornalismo passa por mudanças desde a disseminação da internet e dos smartfones, todo mundo pode virar um jornalista a cada segundo. A diferença está na credibilidade do que é levado ao ar, escrito nos jornais ou dito nas rádios ou nos portais dos grupos de comunicação. Nós vivemos somente disso, nós checamos exaustivamente uma informação, e isso nos traz credibilidade junto ao público.
Diário - Já passou por alguma situação engraçada durante a produção de alguma reportagem?
Fabian - Claro! Ao vivo sempre podem acontecer coisas. Já tive entrevistado, que me deu abraço achando que já estava fora do ar, a queda de uma mesa de cenário, uma borboleta voando e passando na frente da câmera, e até uma queda de energia no meio do jornal.
Diário - Apresentar um programa ao vivo é uma habilidade que somente a prática possibilita?
Fabian - Acredito que sim, a pessoa pode ter o dom, mas a prática faz melhorar muito. Para quem pretende ingressar neste mundo sugiro fazer rádio. É uma baita escola pra te dar improviso na televisão ao vivo.